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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dia de partir...

Amigos,

Venho deixar-vos umas palavras antes de partir.

À hora que vos escrevo estareis nos braços de Orfeu, a sonhar.
Eu antecipei-me ao despertador. Deixei a cama e vim até aqui a este nosso cantinho... Um espaço que existe e com uma dimensão profundamente humana.

E tudo começou de um sonho bonito - a conquista de uma montanha nos Himalaias com mais de 6000 m - e juntou à sua volta mais de 480 visitantes de diversas terras do mundo.
Uma parte destas visitas sei que são familiares, amigos antigos, companheiros de caminhadas e de expedições, conhecidos de outras ocasiões, mas confesso que a maior parte eu não conhecia e só por aqui passei/passarei a conhecer.

E todos sabemos da atracção pelo desconhecido.
Se é verdade que em ambiente conhecido e acolhedor estamos mais à vontade, também é verdade que o novo e o que ainda se não conhece tem um peso grande na forma como nos movemos no mundo.
E, assim, vos escrevo com Todos no pensamento.

É um escrever que não é mais para uns, do que para outros...
É para Todos vós que se habituaram a ficar à espera das palavras que eu escrevo...

Os meus dedos vão tocando as teclas do computador, ao som de Vasco Martins. É bom escrever assim.
Sempre disse às minhas filhas que era muito bom ter um bom livro e uma boa música por companhia.
Quem tem um bom livro e uma boa música, em fundo, nunca está só, nunca se sente só.

A música é assim o nosso acompanhante interior, que sempre nos acompanha.
É como o baixo contínuo da música barroca que se mantém sempre em fundo.
A música acompanha-nos desde o tempo em que estamos na barriga da mãe, com a batida do seu coração, sempre em fundo, a marcar a vida. E a forma como ela reage aos sons do mundo é transmitida em tons tranquilos, ou agitados, em função de serem sons tranquilizantes ou não para a mãe, batendo o seu coração em doces adágios, ou em batidas de sobressalto.

A mãe filtra-nos assim o mundo desconhecido. E depois, quando nascemos, à volta do berço, os que festejam a nossa chegada introduzem-nos o cantar a várias vozes.
Por vezes chego a pensar que é nesse tempo que assistimos às primeiras óperas, quando os diversos personagens à volta do berço nos cantam as árias das suas vidas como que a querer transmitir cultura e, de algum modo, a desejarem dizer «Tens um futuro nesta família, tens um futuro no mundo.» É importante sabermos que temos futuro no meio de quem gosta de nós. 

Partilho convosco esta música de coração que bate firme, e ao mesmo tempo, com aquela doçura dos momentos felizes e transcendentes. Será esta música que me irá acompanhar.



Daqui a pouco irei tomar um bom banho e preparar-me para iniciar a viagem.
Deixei-vos estas reflexões à volta da música e das vozes cantadas que existem dentro de nós. São os nossos objectos internos.
Existem na memória do corpo (e da alma) e são consultores da nossa intuição.
Ajudam-nos a ler o mundo e a fazer a escolha dos caminhos.

E podemos assim fazer a escolha dos caminhos simplesmente, a sorrir. De dentro. Bem de dentro.
E a transcendência do mundo assim escolhido leva-nos a procurar a beleza das montanhas.
As montanhas, que são assim como que catedrais, vestidas de branco, onde os homens manifestam toda a sua transcendência e onde, humildemente,  vão procurar o Cálice das suas vidas.
E a montanha, guardiã dos cálices da Vida, entregará aos que ousarem sonhar e sorrir, e aos que forem firmes no propósito de chegar, o cálice da sabedoria de nós mesmos.

E é essa a minha procura... Procuro esse Cálice.
Não só para mim, mas para o partilhar com todos aqueles que fazem da Vida um hino ao Amor.
Um hino de Amor ao Outro.
E que assim fazem o Outro sorrir.
E que assim seja.

Que em cada um de nós se solte um sorriso de dentro, com a força e firmeza das coisas simples, e que sempre sabemos que estão certas. Só assim será poema, só assim terá razão, só assim valerá a pena esta nossa Expedição.

Olho-vos, assim, antes da partida, com o sorriso que aprendi a olhar e a amar os outros.
E é esse sorriso que quero ver agora no vosso rosto, ao som da musicalidade das minhas palavras.
E não esqueçam, cada sorriso tem que ser Único.
Tem que ter a nossa melhor assinatura, feita com o melhor de nós.
E somos pessoas boas quando amamos.

E a sorrir me despeço de vós e vos deixo este pequeno saber, que aprendi do Cálice:
"Só podemos Crescer com os Outros.
Só se pode Crescer para os Outros.
Não se pode Crescer contra ninguém.
Só se cresce com Alguém e para Alguém "

Abraço-vos com o meu sorriso e com esta música que agora brota de dentro de Todos Nós. Para Sempre!

Jorge

3 comentários:

  1. Olá Amigo!!
    Espero que corresponda às tuas expectativas!!
    Um grande Abraço!
    Muita Força nas Canetas!!!
    Tockasubir a Montanha... A sorrir... Sempre!

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  2. A foto do sorriso do Jorge foi adicionada por mim... Achei que pertencia aqui.

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  3. Que lindo o teu post!
    O maior sucesso para ti, mereces.
    Muita força e paz.

    Bjinho a sorrir muito

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